terça-feira, 31 de agosto de 2010

Criança morta - Cândido Portinari




Criança Morta - Cândido Portinari/ oleo s/tela

Criança Morta de Cândido Portinari,que faz parte da série sobre os retirantes nordestinos tem sua carga dramática potencializada pela composição do quadro - um agrupamento humano do qual se projeta a criança morta.
Pelo predomínio do tom terroso que marca a parte inferior da tela,pelas lágrimas da menina e,principalmente,pelo aspecto tenebroso das figuras humanas,que oscila do cadavérico ao fantasmagórico.Um quadro dantesco de luta entre a vida e a morte.

 Portinari expressa os dramas do povo brasileiro, e retrata com a sua forma chocante de ver, o que ocasionou forte repercussão na época, visto que a sociedade (1944) não estava preparada para o realismo dos pincéis do pintor.Um dia perguntaram a Portinari por que ele pintava gente tão feia e miserável e ele respondeu que fazia porque, olhando o mundo, era só o que via: miséria e desolação.
 


Ele sofreu perseguições por parte do governo, justamente por pintar e chocar a miséria em seus quadros.
Dento das Vanguardas Européias a tela está dentro do Expressionismo.




domingo, 22 de agosto de 2010

MOVIMENTOS DE VANGUARDA



Expressionismo




O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.
Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. Corrente artística concentrada especialmente na Alemanhaentre 1905 e 1930.

Principais características:
 * pesquisa no domínio psicológico;
 * cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
 * dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;
 * pasta grossa, martelada, áspera;
 * técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões;
 * preferência pelo patético, trágico e sombrio



Uma Olympia moderna, c. 1873-1874. Museu d'Orsay, Paris




Paul Cézanne (1839-1906)  - sua principal tendência foi converter os elementos naturais em figuras geométricas - como cilindros, cones e esferas – que se acentuou cada vez mais, de tal forma que se tornaria impossível para ele recriar a realidade segundo “impressões” captadas pelos sentidos.
Tanto na “A Casa dos Enforcados” , como na “Moderna Olympia”, exibidas no Grande Salão, Cézanne já esboça a sua tendência às formas geométricas. Um exemplo do seu perfeccionismo pelas formas pode ser expresso pelos seus 60 quadros acerca do mesmo tema: o Monte Saint Victoire, próximo à Aix. Ele ficou quase 30 anos aprimorando a “geometria” da montanha em aquarelas de traços retos e vigorosos e ângulos quase perfeitos.

Van Gogh - outro grande nome do Expressionismo

   Vicent Van Gogh (1853-1890) - Vicent Van Gogh (1853-1890) - empenhou profundamente em recriar a beleza dos seres humanos e da natureza através da cor, que para ele era o elemento fundamental da pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-se pelo trabalho de Gauguim, principalmente pela sua decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir os efeitos de luz e usar zonas de cores bem definidas. Em 1888, deixou Paris e foi para Arles, cidade do sul da França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol intenso da região mediterrânea interferiu em sua pintura, e ele libertou-se completamente de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um colorista arbitrário. Apaixonou-se então pelas cores intensas e puras, sem nenhuma matização, pois elas tinham para ele a função de representar emoções. Entretanto ele passou por várias crises nervosas e, depois de internações e tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, uma cidade tranqüila ao norte da França. Nessa época, em três meses apenas, pintou cerca de oitenta telas com cores fortes e retorcidas. Em julho do mesmo ano, ele suicidou-se, deixando uma obra plástica composta por 879 pinturas, 1756 desenhos e dez gravuras. Enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem pelo críticos, que não souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção à arte moderna, nem compreender o esforço para libertar a beleza dos seres por meio de uma explosão de cores. Obras Destacadas: Trigal com Corvos e  Café à Noite.




Edvard Munch (1863-1944) : foi um dos primeiros artistas doséculo XX que conseguiu conceder às cores um valor simbólico e subjetivo, longe das representações realistas. Seus quadros exerceram grande influência nos artistas do grupo Die Brücke, que conheciam e admiravam sua obra. Nascido em Loten, Noruega, em 1863, Munch iniciou sua formação na cidade de Oslo, no ateliê do pintor Krogh. Realizou uma viagem a Paris, na qual conheceu Gauguin, Toulouse-Lautrec e Van Gogh. Em seu regresso, foi convidado a participar da exposição da Associação de Berlim. Numa segunda viagem a Paris, começou a se especializar em gravações e litografias, realizando trabalhos para a Ópera. Em pouco tempo pôde se apresentar no Salão dos Independentes. A partir de 1907, morou na Alemanha, onde, além de exposições, realizou cenários. Passou seus últimos anos em Oslo, na Noruega. Uma de suas obras mais importantes é O Grito (1889). O Grito é um exemplo dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência. Nela a figura humana não apresenta sua linhas reais mas contorce-se sob o efeito de suas emoções. As linhas sinuosas do céu e da água, e a linha diagonal da ponte, conduzem o olhar do observador para a boca da figura que se abre num grito perturbador. Perseguido pela tragédia familiar, Munch foi um artista determinado a criar "pessoas vivas, que respiram e sentem, sofrem e amam". Recusou o banal, as cenas interiores pacíficas, comuns na sua época. A dor e o trágico permeiam seus quadros.

Vampira - Munch
O beijo - Munch









domingo, 8 de agosto de 2010

Yellow,red and blue de Wassily Kandinsky

Wassily Kandinsky - Yellow, Red and Blue

A cor é um meio para se exercer influência
direta sobre a alma. A cor é a tecla, o olho
é o martelo. A alma é o plano de inúmeras
cordas. Quanto ao artista, é a mão que,
com a ajuda desta ou daquela tecla,
obtém da alma a vibração certa.
(KANDINSKY, 1910)

As diversas formas que compõe esta foto estimulam a imaginação, trazendo imagens de pessoas, objetos, e dimensões. O ponto focal da composição parece ser o formato do rosto, como no lado esquerdo da tela, mas as batalhas para a atenção com os tons de azul escuro que fazem fronteira com o lado direito.



A necessidade interior de Kandinsky é o princípio da arte e da Fundação de formas e harmonia de cores ". Ele define como o princípio do contato eficaz da forma com a alma humana. Cada forma é a delimitação de uma superfície por outra, que possui um conteúdo interno que é o efeito que ela produz em quem olha para ele com atenção. Essa necessidade interior é o direito do artista de uma liberdade ilimitada, mas esta liberdade se torna um crime se não for fundada sobre tal necessidade. A obra de arte nasce da necessidade interior do artista de uma forma misteriosa, enigmática e mística, e, em seguida, ela adquire uma vida autônoma, torna-se um sujeito independente animadas por um sopro espiritual.


As primeiras propriedades óbvias que podemos ver quando olhamos para  cor isoladamente é deixá-la agir por si só, é de um lado o calor ou a frieza do tom de cor, e do outro lado a clareza ou a obscuridade do tom.

O calor é a tendência para o amarelo, o frio a tendência para o azul. O amarelo e o azul forma o primeiro contraste grande, que é dinâmico. O amarelo possui um movimento excêntrico e movimento de um azul concêntricas, uma superfície amarela parece se aproximar de nós, enquanto uma superfície azul parece afastar-se. O amarelo é a cor tipicamente terrestre cuja violência podem ser dolorosos e agressivos. O azul é a cor tipicamente celeste que evoca uma profunda calma. A mistura de azul com amarelo dá a imobilidade total e calma, o verde.

Clareza é uma tendência para o branco e obscuridade uma tendência para o preto. O branco e o preto formam o segundo grande contraste, que é estático. Os atos branco como um silêncio profundo e absoluto cheia de possibilidades. O preto é um nada, sem possibilidade, é um silêncio eterno, sem esperança, que corresponde à morte. É por isso que qualquer outra cor ressoa tão forte sobre os seus vizinhos. A mistura de branco com negro leva a cinza, que não possui força ativa e cuja tonalidade afetiva que está perto do verde. O cinza corresponde à imobilidade sem esperança, que tende ao desespero, quando torna-se escuro e recupera pouco de esperança quando se ilumina.



O vermelho é uma cor calor, muito viva, alegre e agitado, possui uma força imensa, é um movimento em si mesmo. Misturadas com o preto, ele leva a castanha que é uma cor difícil. Misturado com amarelo, ele ganha em calor e dá a cor laranja que possui um movimento de irradiação sobre o ambiente. Misturado com azul, ele se afasta do homem para dar o roxo, que é resfriado vermelho. O vermelho e o verde formam o contraste 3 grandes, o laranja e o púrpura do quadro.

Wassily Kandinsky pintou esta composição durante os anos que passou na Escola Bauhaus de Arte e Arquitetura, onde ele estava ensinando, eles se tornariam os anos mais produtivos de sua carreira. Esta intenção do artista através de todas as suas pinturas foi o de criar a mesma viagem emocional, que de uma música poderosa..


Aqui está a declaração Kandinsky sobre a arte abstrata: "De todas as artes, a pintura abstrata é o mais difícil. Exige que você sabe como desenhar bem, que você tem uma sensibilidade aguçada para composição e cores, e que você seja um verdadeiro poeta. Esta última é essencial. "

Magdalena Dabrowski (Kandinsky: Composições) comentou sobre o estilo criativo do artista: "A música pode responder e apelar diretamente para o elemento do artista" interno "e expressar os valores espirituais, portanto, para Kandinsky é uma arte mais avançada. Em seus escritos Kandinsky enfatiza essa superioridade em avançar em direção ao que ele chama de a época do espiritual. "


O trabalho de Kandinsky foi marcado por duas guerras mundiais e pela revolução russa, é repleto de inovações estéticas

Abstracionismo ( surgido no início séc.XX) é a arte que se opõe à arte figurativa ou objetiva. Tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as linhas e os planos, as cores e a significação que esses elementos podem sugerir ao espírito. Quando a significação de um quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata.

"Amarelo, Vermelho, Azul" de Wassily Kandinsky está localizado no Musée National d'Art Moderne, Centre Georges Pompidou, Paris, França.



Veja mais obras de Kandinsky:

http://tania-arteimitavida.blogspot.com/2008/09/arte-de-wassily-kandinsky.html

http://www.fototela.com.br/ml/Wassili_Kandinsky.htm